quinta-feira, 9 de julho de 2009

Introdução - Apê próprio - Vida solito

Bom dia, Pessoas!
Fazem três dias que estou em definitivo residindo em meu novo apê (financiado em dez vezes) e não posso deixar de compartilhar com todos esta incrível experiência.
Sempre morei com meus pais, sempre tive tudo (ou quase tudo) ao alcance das mãos, sem contar a época obrigatória de caserna, nunca havia precisado lavar, passar ou arrumar nada, a não ser, por vezes, lavar uma louça e arrumar minha cama. Vida boa, não? Pois é, hoje pago meus luxos, como dizia minha avó “vem a galope”, e veio. Explico: O apê não é grande, apesar de possuir dois quartos, pois juntando os dois não dá um. A cozinha é junto com a sala e o espaço da área de serviço até a geladeira não mede mais do que 1,3m X 6,5m. E o banheiro então! Pequeníssimo, microscópico eu diria, pois o vaso, a pia e o box (que de box não tem nada, está mais para um espacinho para se molhar) brigam entre si por um lugar digno, e eu no meio deles, tentando coexistir. Se me sento no vaso fico com os pés dentro do box, o que até teria utilidade, se eu quisesse lavar os pés enquanto dou uma cagada, praticamente o método Toyota de aproveitamento. Falando em banho, o chuveiro que comprei é daqueles tipo jato, que tem uma inclinação fixa de 45 graus, o problema é o encaixe dele na parede, fica numa diagonal com o resto do box, ou seja, o jato quando sai, vai direto para fora do box, molhando todo o banheiro, se eu levanto a tampa do vaso, dá até para dar uma descarga, apenas ligando o chuveiro. Tentando resolver este problema, comprei um cortininha de plástico, das bem vagabundas, do R$ 1,99, só pra tapear, pra não molhar tudo, mas não deu certo, a cortininha não agüenta nem um cuspe, ela sai da muretinha do box permitindo que a água escorra para o resto do banheiro. Para resolver este outro problema, comprei outra cortininha, não escolhi muito, só queria que fosse mais grossa que a anterior, coloquei as duas juntas, pra não ter erro. Fora o fato da nova cortininha ter uns desenhos ridículos de baleias orca (apesar de todo mundo que já viu a cortina jurar que são golfinhos), até que funcionaram bem, se não for aberto todo o registro do chuveiro, as cortinas, em modo cooperativo, seguram o fluxo, mas geram outro problema. Eu não sei como explicar, me falta esclarecimento em física para entender o por quê deste problema, mas o fato é que a cortina, enquanto estou tomando banho, teima em vir pra cima de mim, como se eu estivesse imantado, colando assim, em minha bunda! Toda hora, quando eu rateio, lá está a maldita cortina, colada em minha bunda! Já até sonhei esses dias que tinha um monte de baleias querendo me comer, como diriam meus colegas, “é o fim da várzea”.
Apesar dos pesares, a morada é novíssima, comprada ainda na planta, primeiro dono. Quando decidi ocupar de vez o imóvel, percebi que tudo é opciopnal, soquete para lâmpada, não tinha, campainha, não tinha, interfone, não tinha, piso nos quartos, não tinha e tampa no vaso sanitário, também não tinha, que absurdo! Vaso sem tampa é que nem cama sem colchão, até dá para usar, mas não é o ideal para a funcionalidade proposta pelo produto. Por que não vendem vaso com tampa? Nem que seja uma vagabundinha, mas deveria vir junto. Pois bem, seguindo, me mudei, foi um inferno trazer tudo aqui para cima, há! Eu não tinha comentado, o apê é no quinto andar e não tem elevador, ou seja, tive que subir tudo que estava pré-comprado (ou pré-doado) no muque, a geladeira, a máquina de lavar roupas, a estante da sala, o armário da cozinha, a cama, etc... Levou uns dois dias para conseguir subir tudo. Aí eu tive uma idéia! Já que a casa toda era branca, decidi pintar os móveis grandes na cor preta, assim o contraste destacaria estes móveis, sem contar que estéticamente fica melhor. Resultado, se antes eu achava que estava no inferno, com esta idéia de girico eu desci mais um andar do tártaro, por que eu não tive esta maravilhosa idéia antes de subir todos os móveis? Imagine o que foi lixar tudo isso em um espaço de, no máximo, sessenta metros quadrados... Foi poeira (ou serragem) pra todo lado, até hoje quando sacudo uma camiseta, vejo uma nuvem de pó. Depois de tudo lixado veio a hora de pintar, mais uma eternidade se passou, mas tudo foi pintado (inclusive algumas coisas que não deveriam ter sido pintadas (como partes das paredes e do piso), mas o problema foi agüentar o cheiro de tinta (que durou dias). Para dormir foi horrível, eu nem sabia se acordaria vivo no dia seguinte ou se morreria intoxicado dormindo. Tem feito bastante frio nos últimos dias, mas tive que dormir todos eles com as janelas abertas pra ver se o ar ficava respirável, até que deu certo, mas arrumei outro problema, morrer de hipotermia.
Vou pular alguns dias, pois até estas lembranças já me deixam irritados demais com minhas grandes idéias. Vamos ao dia de hoje (sempre vou postar no dia corrente, informações do dia anterior, pois só insiro os dados no blog no dia posterior aos acontecimentos).

Nenhum comentário: