domingo, 26 de dezembro de 2010

Então é natal!

Ô épocazinha irritante! Tenho adquirido aversão ao natal ao longo dos anos. Era muito bom quando eu apenas recebia presentes legais e confraternizava com meus pais. Eu não percebia os pequenos detalhes que tornam o natal a época mais irritante do ano.

Desde novembro eu não consigo ir a algum lugar onde não esteja tocando uma música de natal e, como não existem mais do que seis músicas de natal, eu acabo sempre ouvindo a mesma música em todos os lugares a que vou. Um dia desses eu estava com minha namorada e resolvemos ir almoçar num shopping. A comida estava boa, mas a trilha sonora era horrível! Não sei se vocês perceberam a terrível tendência de remixar todas as músicas legais dos anos setenta e oitenta. Eu sempre fui muito fã dessa época e sempre que posso ouço as músicas que marcaram minha adolescência, mas o que ouço hoje nas rádios que ainda acreditam neste tipo de música é algo de bizarro. Ouvir All Be There remixado chega a dar calafrios... Fora ouvir Rita Lee e outros ícones da nostalgia como se estivéssemos nos deparando com versões inéditas do repertório de Evandro Mesquita e sua banda. O cúmulo dos cúmulos foi ouvir no Bourbon Ipiranga uma versão gregoriana de Noite Feliz; faz qualquer um perder o apetite e o espírito de natal.

Fora estes desconfortos, minhas férias estão ótimas, foram renovadas em mais vinte dias (devido ao stress relatado no post passado). A pessoa querida que estava hospitalizada já está bem melhor e repousando em casa, e eu estou indo para a praia amanhã.

Gostaria de deixar bem claro que não sou contra o natal, mas que ele está me parecendo bem mais chato agora do que antes está. Você se programa para presentear todos da família para que se sintam bem na troca de presentes e eles se juntam para te dar um presente apenas. Isso faz você ter um baita prejuizo, ainda mais quando o que você ganha não chega nem perto do que você gastou. Acho que seria mais lucrativo investir na bolsa...

Não vou mais choramingar, afinal a época é de festa (não sei para quem). Minha princesa está gripadinha e estou me esforçando para tornar a doença dela a mais agradável possível, pois a felicidade dela é diretamente proporcional à minha.

Até mais!

terça-feira, 30 de novembro de 2010

Férias?

Sabe esta praia maravilhosa aí de cima? Pois é, calor, areia branquinha, verde, azul, enfim, bem verãozão e eu aqui de férias, disponível para aproveitar e descansar bem para um novo ano que se inicia. Legal, né? Não! Essas férias me foram dadas forçadamente porque tenho 65 dias de férias para tirar e a chefia julga que estou muito estressado. Pergunta agora se eu descansei algum dia.
Está tudo ao contrário. Me colocaram de férias na quinta passada, tive que ir de imediato para a praia devido a um problema de saúde na família. Função de hospital está sendo uma rotina até hoje, apesar do familiar já estar bem melhor e descansando em um quarto de hospital, recebendo toda a atenção necessária, ainda bem, pois é uma pessoa muito querida e que tem toda minha estima.
Relatando os fatos:
Na quinta fui para a praia, devido ao problema relatado. Demos, Ju e eu, umas voltinhas no centro de Tramanda para não dizer que fomos à praia e não fizemos absolutamente nada. O mar mesmo eu só vi da janela do carro enquanto dava uma aulinhas de direção para minha amada, que já está dirigindo bem melhor que da última vez.
Na sexta deixamos para ir embora no final do dia. Ao passar pelo postinho policial da Estrada do Mar um sargento pediu que parássemos e PIMBA, tascou uma multa por veículo não licenciado. Erro meu, esqueci de pagar (na verdade eu nem sabia que estava vencido). Resumo da ópera: o carro foi guinchado para Osório às 18h e não deu tempo de pagar nada. O carro ficou retido e tivemos que retornar à casa de Tramanda para tentarmos ir no outro dia de ônibus para Porto Alegre.
No sábado fomos de ônibus para Happy Harbor e aproveitei para dar uma estudadinha para um concurso que fiz no útlimo domingo. Consegui o carro com minha mãe para não ficar "descarrado" até resolver o problema com o fusca. Fui buscar o meu cunhado, pois ele dormiu aqui em casa devido ao concurso que fizemos. Tentei jogar um video-game e tomar uma cerveja para dar uma relaxada, já que meu cunhado gosta de alguns jogos que eu gosto também, mas fui devidamente mijado pela minha amada que não quer saber mais de me ver jogar e beber enquanto ela estiver em casa (desconfio que ela queria ver alguma coisa na TV e não podia devido ao jogo). Fui dormir.
Domingo fomos ao concurso. De tarde levei a Ju a outro concurso (este ela fez sozinha). Fomos jantar, passeamos bastante e depois voltamos para casa (nem pensar em jogar nada, eu havia conseguido fazer as pazes com ela). Fui dormir após levar o cunhado (cara legal) para casa.
Segunda acordamos bem cedinho para visitar o parente no hospital e ficamos lá a manhã inteira. Almoçamos fora e a Ju foi trabalhar. Fui buscar minha mãe na casa dela para irmos ao dentista juntos. Arrumei uma parte dos meus dentes (que já venho adiando há pelo menos uns 4 anos) e marquei o restante para terça. Peguei a Ju no trabalho e fomos comer um rodízio de pizza (eu com a boca latejando de dor). Cheguei em casa e fui direto dormir.
Hoje acordei tarde, umas 10h. Ajudei no almoço, comemos, levei a Ju na parada para ela ir ao trabalho e voltei ao apê para me preparar para o dentista. Arrumei o que foi possível nos dentes hoje e recebi a notícia de que terei de marcar para fazer dois canais, pois o estrago em dois dentes está muito grande. Resolvi cometer o crime de voltar para casa a fim de conseguir realmente descansar, mas tive uma discussão pelo telefone com minha amada sobre não poder atender o telefone quando se está dirigindo ou quando se está ocupado. Dei uma arrumada nas roupas, que estão estendidas há pelo menos dois dias para secar. Guardei tudo e fiquei cogitando a possibilidade de dar uma arrumada na casa, mas desisti. Resolvi escrever este post e depois dar uma relaxada. Daqui a pouco terei de buscar meu amor e terei, infelizmente, que ouvir um monte dela.
Espero que eu realmente possa descansar nestas férias, pois até agora foi a única coisa que eu não consegui fazer. No fim me deram férias por estresse e elas estão sendo tão estressantes quanto o trabalho.
Até mais!

terça-feira, 26 de outubro de 2010

Facetas


O dia vai passando e eu vou descobrindo capacidades novas da mulher que escolhi para dividir minha vida.
Aristóteles já apontava para as potencialidades das pessoas, onde todos têm iguais capacidades, bastando apenas aprimorá-las para atingir a maestria. A Ju tem facilidade para estas maestrias, já me espantou com muitas coisas, seja cinema, culinária, housekeeping, finanças ou variedades.
Na área das variedades descobri que agora moro com uma ótima cabeleireira, pois é! Estou de cabelo cortado, sem nenhuma falha, com as duas orelhas ainda de pé e com um visual muito parecido com o que estou acostumado a usar.
Parabéns, Ju!

sábado, 16 de outubro de 2010

25 +10 - 3

Oiê!!!

É verdade! Estou de aniversáro hoje, que dia feliz!
Estou com a mesma idade que a Brittany Murphy tinha quando morreu e um a menos que Cristo tinha quando foi dessa para sua real moradia.
32 anos também é a pena imposta ao golero Bruno do Flamengo.
Este tempo todo me leva a pensar. O que se aprende em 32 anos de vida? Acredito que se aprende a valorizar, cada vez mais, a pessoa que escolhemos para dormir e acordar conosco todos os dias. Se no início da vida o ímpeto juvenil nos leva a distribuir nosso foco e energia não em uma pessoa mas em vários instantes e instâncias, chega-se ao começo da maturidade sabendo que nossas energias devem ser concentradas em uma pessoa – aquela que realizará nosso sonho de imortalidade, nos ajudando a permanecer vivos na figura dos nossos filhos.
É bom saber e sentir que encontrei esta pessoa e que, quem sabe daqui a algum ano, este ímpeto agora bem direcionado possa se traduzir nos frutos deste amor.
Mudando radicalmente de assuno, quem me ligou para dar os parabéns foram minha mãe e minha irmã mais nova.
Estou agora na casa de meus pais, onde haverá um churras comemorativo.
Convidei alguns familiares, mas quem realmente me importa já está aqui, minhas irmãs, meus pais e a Ju, meu amorzão.
Ganhei muitas coisas legais, mais coisas do que ganharei no natal, certamente.
Por enquanto foi isso...
Até!

segunda-feira, 20 de setembro de 2010

Mais um ótimo final de semana trabalhoso.



Compramos um armarinho, coisa mais linda, mas veio desmontado. Estávamos precisando de mais espaço para guardarmos mais coisas. Após subirmos os cinco andares até o apartamento carregando o dito, juntei todas as minhas quatro ferramentas e iniciamos a montagem nos guiando pelo manual. Erramos a ordem de algumas coisas, quebramos uma parte de uma gaveta (que trocamos por outra na loja) e quebramos duas chaves de fenda (do R$ 1,99). Ao final da saga o móvel ficou lindo. Dores nas costas e cortes nas mãos a parte, o desafio foi completado.

Constatações e aprendizados:
1 - Sempre tenha boas ferramentas em casa. Nada de economizar comprando marcas desconhecidas, vá nas melhores, ou corra o risco de deixar as coisas inacabadas.
2 - Não siga o manual ao pé da letra, se eu fosse pregar onde ele solicitava que pregasse, uma parte do móvel ficaria bamba.
3 - O manual precisa ser interpretado em alguns momentos, não é tão didático quanto deveria ser. Pensei se eu realmente sabia usar um manual, mas depois percebi o quanto seria ridículo ter um manual para interpretar um manual. Certamente o erro era do manual, deveria ser mais claro.
4 - Apesar do manual dizer que pode ser montado por uma pessoa, sempre procure alguém para ajudá-lo, com certeza será necessário.
5 - Sempre tire as medidas do móvel e do local onde pretende colocá-lo.
6 - A peça fundamental de todos os móveis é a paciência.


Até!

segunda-feira, 13 de setembro de 2010

Surto Pluvio-psicopático



Hoje está chovendo. Eu fico muito nervoso quando chove.
Normalmente sou amável, paciente, tranquilo e carinhoso, mas quando o tempo está úmido, fico irritado, se chove, viro outra pessoa.
Já acordei de mau humor, peguei meu fuca e saí para trabalhar, ruas molhadas, trânsito lento, precisei abrir a janela, pois o vidro estava embaçando. Me molhei...
Rosnei com o mundo, olhares congelantes para todos os lados. O banco é de couro, a ventarola molhada estava aberta, recebia pingos de nuvens ingratas, que por sua vez pingavam no canto do banco, que por sua vez esorriam por meio de um filete d'água para o fundo de minhas calças. Por um momento saí de meu corpo, olhei bem em meus olhos e vi o brilho do ser adormecido, aquele psicopata incontrolável demofóbico que temo tanto.
Meu amuleto estava ao meu lado, em silêncio, mas completamente imune,tornou-se amuleto de si mesmo. Começou a brotar o amor ao amuleto, mas foi sobrepujado, culpa do ódio absoluto pelo universo que conspirava em gotas naquele momento.
Ao longo do caminho, um ônibus me ultrapassou pelo corredor e arremessou uma gota fétida, viscosa e lamacenta em meu globo ocular, aquela gosma adentrou por meu nervo óptico, fato este que fez meu cérebro transformar-se em uma conucópia do inferno, uma Caixa de Pandora atualizada com as piores expansões possíveis. Seres indefesos foram explodidos e pulverizados pelo meu olhar gritante como um Trovão Pai em dia de tempestade. O mundo dobrou sua velocidade de giro e, como Jeckyll, acordei sentado em frente ao computador da empresa.
Dedico este post a todos que compartilham deste problema intra-pessoal.

sexta-feira, 10 de setembro de 2010

Impulsividade

Jogar algo fétido em ventiladores, depende da ingratidão e neuroses de cada um.
Portas são portas, servem para entrar e sair, cada um sabe o melhor momento de entrar e sair, se um bom discernimento tiver.

Avaliar os dois lados é uma virtude que poucos têm. É um trabalho que leva em conta o respeito que cada um tem pelo outro.
Plantar uma flor requer tempo e dedicação, pessoas impulsivas acabam perdendo a paciência e estragando o que há de mais belo em um jardim.

E para completar um post que li certa vez:
Tem gente que gosta de por tudo a perder por coisas infinitamente menores, imprudentemente e impulsivamente.

As pessoas mais inteligentes que conheço são as que menos pensam quando estão nervosas...

Bj!

$$$


Olá, pessoas!

Hoje o dia está tranquilo e calmo, mas olhei a previsão do tempo está marcando chuva para o findi.
Este post não é sobre previsão de tempo, mas sobre felicidade.
Esse tema é antigo e nunca se resolveu plenamente, cada um tem sua opinião, mas o senso comum diz que "dinheiro não traz felicidade, mas ajuda". Concorda?
Agostinho já dizia em Solilóquios da Vida Feliz que não há felicidade longe de Deus e elenca todas as negativas das outras opções, bem difícil de serem refutadas.
Uma coisa que concordo com ele é que todas as coisas que podem ser perdidas não podem trazer felicidade, pois a perda traz frustração, medo e, portanto, infelicidade.
Quero ater-me ao dinheiro, é bom ter dinheiro, é uma motivação válida, ninguém te recriminará por estar ganhando muito dinheiro honestamente e por suas próprias capacidades, mas e os periféricos? Como estão? Tem que se ter o cuidado de não rebaixar as outras coisas importantes, como família e amigos, por exemplo.
Passando para uma linha mais budista, acredito que devemos tentar o meio termo, equilibrar todas as coisas importantes em nossa vida e administrar, justamente, todas. O dinheiro é necessário, mas não pode concorrer com as outras coisas, deve complementar.
Não coloque o dinheiro em primeiro plano da sua vida, coloque a si mesmo e depois coloque as pessoas que você ama. Amar a si mesmo é estar bem, aumenta a qualidade de vida e diminui o stress diário, vista-se como gosta, compre um acessório novo, escreva em um blog, saia para dar uma volta, enfim, dedique a maior parte do tempo para si mesmo. Quando sentir-se bem, passe a relacionar-se com os amores de sua vida (noiva, filho, pai, mãe, amigos, cãozinho...).
Se você conseguir levar sua vida com o equilíbrio destas áreas fundamentais, conseguirá mais clareza para buscar o dinheiro necessário para viver. Você gosta de viajar? Não precisa arrumar um emprego onde tenha dinheiro para fazer uma viagem por semana, arrume um emprego que te faz viajar de graça. Não vire um escravo do dinheiro, faça o dinheiro trabalhar para você. Esta é a máxima do capitalismo.
Se ainda assim você quer correr atrás do dinheiro, não tem problema, mas tente ser feliz assim e sem infernizar a vida dos que te rodeiam.
Não vou dizer que nunca errei, já troquei amigos por amores, já troquei família por amigos, o erro faz parte da escolha e nunca se sabe se realmente será um erro até o problema se apresentar.
Uns me chamam de conformista, outros de acomodado, mas o fato é que ganho o que preciso e não deixo de fazer coisas essenciais, não estou nesta corrida.
Para quem corre, só cuide para não se tornar escravo, pois o dinheiro vem e é gasto, você junta, junta e gasta e poupa, quando tiver poupado o suficiente, curte, mas e o tempo que passou? Valeu a pena? As pessoas que deixou no caminho, valeram a pena? Junte dinheiro para ter uma velhice tranquila, mas cuide para não acabar com dinheiro e sozinho, se preocupando com o que os herdeiros farão com o seu suado dinheirinho e virar um velhinho neurótico e com pressão alta.
Até mais!

segunda-feira, 6 de setembro de 2010


Pessoas da minha vida! Comprei joguinhos novos para o meu play. Preciso contar tudo, com riqueza de detalhes.
Eu já havia comprado joguinhos piratas antes, mas a banca de onde eu adquiria fechou, portanto fui em busca de outra. Fiquei sem graça de perguntar de cara na loja se havia CDs piratas, então fui em busca de um atravessador.
Achei um, com o tradicional canguru de capuz alto, correntão de prata, tênis Nike e boné de oito listras. Ele me conduziu através dos mutáveis corredores do camelódromo, apinhados como metrô no Japão, até chegarmos ao destino, uma banquinha de 1,5m X 2m, com vários apetrechos eletrônicos. Desconfio que as TVs ligadas com imagens multicoloridas são para distrair dos negócios ilegais que são fechados ali.
O vendedor me chamou e perguntou que jogos eu queria, respondi que não sabia de cabeça, precisaria dar uma olhada nas opções para me decidir. Ele me olhou com um olho maior do que o outro e acenou para seu comparsa, o do boné de oito listras, que saiu rapidamente. O negociante me explicou que ele fora buscar a mochila com os jogos para que eu desse uma conferida. Enquanto o meliante não chegava, o dito cujo, dono da banca, foi me dando algumas opções baseando-se na minha cara. Ainda bem que ele é camelô, se dependesse do seu talento para traçar perfis, estaria falido.
O patife dos tênis Nike retornou com uma mochila preta, entrou na banca (que já somava três habitantes) e me mostrou os artefatos piratas. Tinha de tudo, até cheguei a desconfiar se alguns eram realmente jogos ou se estavam ali só para enganar pelo título, algo como GangBang 3, Turma da Mônica e o Segredo da Montanha Negra, enfim, este tipo de coisa que você não consegue visualizar em um jogo.
Sob a pressão de olhares pesados me decidi por sete jogos. O pagamento e o recebimento do produto foi jogo rápido, como em uma negociação de entorpecentes, em cinco segundos eu já estava fora da barraca e com a sacolinha contendo a mercadoria. Antes de seguir meu rumo em meio ao labirinto, pude ver os libertinos dividindo os espólios, o atravessador levou vinte mangos e o mercador do submundo levou cinquenta.
Ao chegar em casa, já de cara descobri que dois jogos estavam pauleados, um não rodava de forma alguma, desconfio que até virgem o CD é e o outro não tem som, mas dos males o menor, cinco de sete estavam funcionando. No fundo vale a pena, dá para comprar uns quinze CDs piratas com o valor de um original.
Resultado do final de semana, só parei de jogar tarde da noite de domingo e não sei o que vou fazer hoje para não chegar em casa e continuar jogando. Pode até parecer perda de tempo, mas é divertido e eu tenho que jogar bastante antes que o CD estrague, pois a vida útil destes produtos é de dois meses, no máximo.
Então era isso, uma pequena aventura no submundo de Happy Harbour City.

Até mais!

sexta-feira, 27 de agosto de 2010

Chuva no telhado, vento no portã-ão... eu eu aqui...

Como já dizia aquela dupla sertaneja, a chuva sempre lembra a solidão, mas hoje eu estou bem, o dia está agitado e o coração está tranquilo.
Este post será em homenagem aos dias chuvosos, vou elencar algumas coisas para se fazer em dias como estes.

Segue a lista:

Estudar:


Jogar um carteado


Passa anel



Fazer uma faxina

Falar com os parentes distantes

Jogos de tabuleiro



Fazer cabaninha



Ver um filme



Exercitar-se

Namorar

Enfim, uma infinidade de coisas boas.
Bom e úmido final de semana a todos!

Até!

segunda-feira, 23 de agosto de 2010

Callas e Onassis

Ontem foi o último capítulo da série Callas e Onassis, no canal fechado GNT. Entendo tanto de cantoras líricas quanto um pescador entende de combustíveis de aviação, mas a fama de Callas, ao conseguir subverter regras no canto lírico tradicional, impressiona.

Um instrumentista faz os baixos e agudos. Do mesmo modo, um cantor deve cantar em todas as tessituras” - Maria Callas

O argumento acima é válido? Está pensando ou se deixou levar pela emoção? Vamos analisar um pouquinho. Se você concorda, então também precisa concordar que quando um jogador de futebol diz que o cabeceio não é o seu forte, na verdade deveria treinar para que todos os fundamentos sejam fortes, certo? Para Callas seria. Vamos mais além, um ortopedista deveria poder transplantar um rim, não? Não vou concluir, mas deixo a análise aberta.

Outro ponto que eu gostaria de analisar é o final do último episódio. Onassis era, ao meu ver, um ser egoista, não duvido que amasse Callas, mas amava muito mais a si mesmo. No fim da vida arrependeu-se, tentou receber o perdão de sua amada, que não o recebeu para um último adeus. Deveria ela o ter recebido? Ele estaria realmente arrependido? Teria realmente descoberto o amor? Eu conclui, aos olhos do diretor da série do GNT, que aquilo foi como uma unção dos enfermos, o último sacramento cristão, onde arrepende-se de tudo para acalmar-se no momento último da humanidade.

Independente do tipo de série e do assunto abordado, sempre existem assuntos a serem levantados, debatidos e analisados. O Ronald que me perdoe, mas eu amo muito tudo isso.

Té mais!

sexta-feira, 20 de agosto de 2010

Campeão de TUDO e mais um pouco.



A quinta feira amanheceu diferente, uma leve dor de cabeça, a sensação de ser sábado me fez acordar confuso. Aos poucos fui acordando e recuperando a noção das coisas. O Inter havia se tornado Bi-Campeão da Libertadores da América. Sorri.
Sou colorado desde pequenino, passei o início da infância festejando títulos, três brasileiros, um deles invicto, vários gaúchões e a maioria dos grenais. Era um time imbatível, mas eu era muito novo para lembrar de curtir os momentos gloriosos. Quando atingi uma idade razoável, o time não era mais o mesmo, eu não comemorava mais nada, apenas alguns regionais, mas não era o suficiente, o rival somava títulos importantes e a "corneta" era insuportável.
Resisti a estes tempos difíceis onde a única felicidade foi um título da Copa do Brasil, contra o Fluminense, com um gol do Célio Silva de pênalti.
Em 2006 tive minha glória como torcedor, vencer pela primeira vez a Libertadores da América. Depois foi só festa, Mundial, Recopa, Tríplice Coroa, Sul-Americana...
A maioria das pessoas alheias ao futebol não entende minha alegria, pregam que futebol não dá nenhum retorno, não paga as contas, etc. Não tiro a razão deles, mas só quem gosta sabe, é como uma análise de graça, acalma a alma como uma novena para os religiosos ou uma terapia que aplaca as neuroses dos burgueses. Para mim, o simples Marcel, esta é minha novena e minha terapia, o sucesso do Internacional de Porto Alegre.
Agradeço ao Inter pela felicidade que tem me proporcionado, ao meu pai que me nutriu a esperança de que tudo ia melhorar e a Juliana, que me apoiou na sadia insanidade que somente o futebol pode causar. Amo os três amores com diferentes intensidades, com diferentes conceitos, mas com o mesmo "quero-estar-ao-teu-lado-sempre-apesar-de-qualquer-coisa".
Té mais!

quarta-feira, 18 de agosto de 2010

Os Mercenários

Fui assistir ao filme, muito bom!
Comentários e críticas enchem a net, vou me limitar a dizer que é um ótimo tributo aos filmes de ação e comentar minha impressão de cada uma das personagens principais.
Eric Roberts - Vilão do filme, o clássico corporativo obscuro que trabalha para alguma instituição com fins malévolos. Fez bem o papel, da motivação ao crime à morte, não comprometeu em nada. Dos filmes que fez, o melhor acredito ser Batman - O Cavaleiro das Trevas. Ah! E a Ju me disse que ele é irmão da Júlia Roberts, eu não sabia...

Steve Austin - Fez o cupincha do vilão. Boa atuação, saiu no braço duas vezes com o Stallone e ganhou uma. Pra quem não conhece, Austin era lutador de WWE, me lembro de ver ele lutando contra o Coveiro (The Undertaker), mas ele largou o ringue no início de 2003, acho que foi por lesão, ou idade mesmo. Fez alguns filmes depois da aposentadoria, mas eu só vi um deles, Os Condenados, um filme onde colocaram prisioneiros em uma ilha e televisionaram os acontecimentos, o último que sobrasse receberia a liberdade.

Randy Couture - Fez um dos Mercenários, o mais sem graça na minha opinião. Teve sua importância, mas preferiria o Van Dame. Pra quem não conhece, este carinha era lutador de Vale Tudo, não vi muito suas lutas, mas me lembro de uma com o Vitor Belfort, no ano em que entrei na Aeronáutica, em 97, se me lembro bem, Couture perdeu por intervenção médica, Belfort detonou bastante a cara do mocinho. Nas telas eu só me lembro dele em O Escorpião Rei 2.

Terry Crews - Também é um dos mocinhos, o mais empolgado, como dizia o Robô B9 de Perdidos no Espaço, "esmagar, matar, destruir...". Este é o clássico negão de filme de guerra, adora armas de fogo, quanto mais poderosa, melhor. Lembro de um tipo parecido no primeiro filme do predador, aquele que se barbeia com uma faca, lembram? No cinema, este cara fez um capitão em Exterminador do Futuro - A Salvação, na TV ele é o pai do Chris na série Todo Mundo Odeia o Chris.

Dolph Lundgren - O mais perturbado dos Mercenários, foi expulso do grupo já no início do filme. Adoro este ator, comecei a gostar dele em Mestres do Universo, (versão de He-man para o cinema), passando por Rocky IV (Ivan Drago) até Agente Vermelho, que foi o último dele que vi (onde ele tinha fobia a cor branca).

Jet Li - Não podia faltar o expert em Kung Fu, dá velocidade ao filme. No filme a maioria das cenas de lutas são aproximadas demais e aceleradas na edição para cobrir erros e dar mais caráter real a cena, mas com Jet nada disso é necessário, ele parece muito a vontade nas cenas de luta e dá aula na cena em que luta com o Dolph Lundgren. Dentre os filmes que este carinha fez, os que mais gosto são Máquina Mortífera IV (principalmente na cena em que ele desmonta a arma do Mel Gibson) e Romeu tem que Morrer. Nunca consegui tirar uma dúvida, eu juro que o vi no novo filme do Star Trek, ele aparece tocando um tipo de tambor grandão no planeta do Spock, bem rapidinho, mas não achei o nome dele nos créditos, pode até nem ser ele, mas é beeeem parecido.

Sylvester Stallone - Meu preferido, é o líder dos Mercenários. Interpretou uma mistura de Rocky e Rambo, muito bom e muito clássico. Adorei toda a atuação, mas principalmente o fato dele não ter feito par romântico com a Giselle Itié, a relação dele com ela era mais paternal, muito lindo, só faltou um beijinho na testa.

Jason Stathmam - Fez o braço direito do Stallone, como um sucessor a liderança. Mestre em facas, o cara ataca um exército utilizando apenas lâminas. Este ator é muito bom, dentre os filmes que fez meus preferidos são os Carga Explosiva e Adrenalina.

Mickey Rourke - Fez o mentor do Grupo, o cara que fica na base dando aquela força moral e apoio psicológico para os trogloditas. Gostei bastante da personagem. Não conhecia muito este ator, sei que fez um papel em Era uma Vez no México, uma indestrutível personagem em Sin City e o protagonista em O Lutador, mas fora isso, não conhecia a figura.

Bruce Willis - Não cabe nem comentar, ele é o estereótipo de ator de ação, o que Stallone é para Guerra, Willis é para Ação. No filme não apareceu nadica de nada, só contratou os Mercenários para o serviço mais foda, que deu gancho para o resto do filme. Acompanho o cara desde A Gata e o Rato, passando Sin City, Pulp Fiction, Os Doze Macacos, O Quinto Elemento, Armageddon e por todos os Duro de Matar. A aparição especial que fez, foi muito semelhante a feita em Planeta Terror e Grande Hotel.

Após sair do filme, duas cenas não sairão da minha cabeça:
Stallone, Schwarzenegger e Willis juntos e sorrindo; e
Olhar para o lado e ver a pessoa que amo.

Té mais!

sábado, 14 de agosto de 2010

Sexta Feira 13







Lendáriamente este é um dia de muito azar, certo? Depende, pois minha sexta foi ótima!


Fui trabalhar normalmente. Ao chegar ao trabalho, ao invés de deixar o fusquinha na vaga de sempre (em frente ao trabalho onde cabem quatro carros) deixei em uma rua próxima. Nunca mais havia deixado o carro nesta rua, desde que tentaram roubá-lo, ali mesmo, mas não conseguiram, pois tenho métodos eficazes anti-furto. Apesar de ladrões de carros terem fama de serem astutos, têm demonstrado que não são tão espertos. Mas isto foi há um ano atrás, sei que não deveria voltar a estacioná-lo ali, justamente em uma sexta 13, mas algo me indicou que aquele seria o melhor lugar. Estacionei e fui caminhando até os portões da empresa. Ao passar ao lado do estacionamento tradicional, vi que havia uma vaga a minha espera, pensei em voltar ao carro e estacioná-lo ali. Não sei bem se foi por preguiça ou por já estar atrasado, mas o fato é que ignorei aquela convidativa vaga e adentrei a empresa.
Às 11h da manhã ouvi um forte estrondo vindo da rua, ao chegarmos lá (toda a empresa e eu) vimos que uma placa do plantão de vendas (do prédio ao lado) havia voado para a rua, no mesmo instante em que um carro (Audi!!!) estava passando. O carro arremessou a placa de encontro aos carros de meus queridos coleguinhas. Ela vôou por cima do primeiro da fila, bateu na lateral do segundo e aterrizou na terceira vaga, que estava vazia e onde eu deveria ter estacionado. Sorte? Não sei, só sei que azar definitivamente não foi.
Portanto, para os superticiosos de plantão, fica aqui meu testemunho de sorte em plena sexta 13.
Um abração para meu colega que teve o carro arranhado e para o dono do Audi que teve a dianteira do carro bem amassada. (post em memória da finada placa do plantão de vendas).

domingo, 1 de agosto de 2010

Coisas acontecem, sentimentos permanecem.

Faz tempo que não posto nada, meu blog anda bastante desatualizado. Posso atribuir a culpa ao meu trabalho ou a falta de internet em casa, mas a realidade é que ando sem inspiração alguma para escrever poucas linhas que sejam.
O emprego não está bem das pernas, a empresa passa por dificuldades e penso que sou peça fundamental para reverter o quadro.
Na vida tenho três prioridades, a família, o trabalho e a capacitação profissional (que já deixei de lado devido as outras duas). Apesar de serem prioridades, precisam de atenções diferentes, precisam ser hierarquizadas. Com certeza a priorização de um acarretará no descontentamento da outra parte.
Hoje estou com o trabalho e família no topo da lista, tentando conciliar um e outro para não perdê-los, mas está bem difícil. A empresa não aceita bem a divisão e a família precisa de toda a atenção, julga-se carente, com pouca ou nenhuma atenção. Só eu sei o que estou tentando fazer, mas não está sendo suficiente, nem para um nem para outro. É difícil priorizar um ou outro.
Faço este post devido à família, minha maior preocupação no momento. Minha companheira acredita que não me esforço o suficiente para mantê-la ao meu lado, mas eu me esforço tanto... Talvez eu devesse me esforçar mais, mas não sei bem como fazer corretamente, sempre fui adepto da espontaneidade, do amor de graça, sem querer propositadamente agradar, mas não está sendo suficiente. Minha família reclama, reclama até demais, como se eu não fizesse absolutamente nada. Estou triste...
O que posso dizer aqui, publicamente, é que amo minha família, especificamente minha companheira de todo dia, minha lagostinha, minha razão de mudar tantas coisas em meu comportamento tão adolescente. Mudei muito desde que a conheci e, apesar dela não reconhecer as mudanças, eu sinto muito a perda do "eu" que estou deixando para trás para poder ficar com ela. Não estou reclamando de nada, pelo contrário, só tenho a agradecer, mas gostaria de ser reconhecido quanto à minha mudança. Estou sendo julgado por coisas que não fiz, mas não sou reconhecido por coisas que faço, é bem difícil manter o equilíbrio estando com alguém tão exigente.
Sou simples, gosto de coisas simples. Para me fazer feliz não precisa muito, mas para fazê-la feliz precisa de muito, ou precisa de algo que não estou sendo capaz de fazer, infelizmente. Sinto muito minha incapacidade, mas espero que eu aprenda a tempo de manter esta pessoa que amo tanto.
Fazendo uma analogia (coisa que também amo), é como estar amando um vidro contendo nitroglicerina. Você precisa conviver, tocar e amá-lo, mas ele pode explodir a qualquer momento. Quando você pensa que está tudo bem, BUM, ele explode na sua cara, sem considerar nada, seja o tamanho da coisa feita, seja os esforços de convivência, simplesmente explode. Não quero reconhecimento por nada, só quero manter algo, este algo que amo tanto. Por que as coisas não podem ser simples? Por que tenho que provar um amor que sinto sinceramente?
Finalizo este post ainda me sentindo triste, mas na certeza de que tudo dará certo, porque sei que ela me ama. Poderia haver mais tolerância, mas não há, terei que conviver com isto.
E se "você" está lendo este post, não se sinta mal, eu te amo, vou tentar ser ainda mais tolerante e mais atencioso. Me desculpe se não estou sendo suficiente, mas estou ciente de minhas limitações e tenho a esperança de que posso atender aos teus anseios, um dia.
Até mais.

sábado, 12 de junho de 2010

A mulher ideal

Filha: Menina que necessita de proteção constante ao mesmo tempo que demonstra a coragem temerária de aprender as mais diversas coisas. Meiga e carinhosa, sua presença conforta e prova que o dia valeu a pena.
Mãe: Cuida do meu bem estar, me ensina que nem tudo é diversão e que preciso ter mais objetivos na vida. Organizada e responsável, me prepara para as mais diversas situações.
Esposa: É aquela para quem direciono minhas ações. Companheira eterna de uma vida inteira.
Amante: Carícias, beijos longos, pele, noites quentes e dias inesquecíveis.
Juliana: Filha, mãe, esposa e amante.
Obrigado por este dia dos namorados.
Beijo!

terça-feira, 18 de maio de 2010

Visita Inesquecível

Tarde dessas fui convidado a ir a casa de uma amiga que fiz dia desses. Nada de mais, se não fosse pelo desenrolar das coisas. Vocês vão entender.
A mina era dessas certinha, descendente européia, sempre maquiada, super antenada, descolada e bonita. Meu relacionamento com ela era restrito, nos encontrávamos nos intervalos da aula, na lanchonete, no caminho de algum lugar, etc. Como ela mora longe, nunca pude visitá-la. Ficamos restritos aos encontros casuais e conversas descomprometidas. Semanas atrás ela queria marcar algo para fazermos juntos. Tendo namorada, pensei umas trezentas vezes nas implicações de minha resposta, mas depois de pensar muito (conversar com a Ju), percebi que deveria aceitar o convite. O passeio sugerido para o tal encontro tratava-se de uma visita à terra natal da querida, Não Me Toque. Sabe onde é? Nem eu.
Animado com a carta de alforria e com a possibilidade de conhecer um lugar novo, aceitei.
No dia marcado, fui a caminho da tal cidade. Guiado por mapas comerciais e palpites de pessoas que acreditam conhecer muito o mapa mundi, por sorte, acabei chegando à tal cidade.
Não vou comentar a região, pois o propósito não é esse (posso acabar ofendendo à alguém). Vamos direto ao encontro. Após muito rodar várias vezes pelo mesmo lugar (nunca esquecerei de como é e nem de como chegar à prefeitura local), achei o endereço, mas demorei para crer que estava correto. Já viram o filme Abril Despedaçado? Aquele filme com o Santoro, pois é, a casa era aquela, tinha uns cinco cachorros de raças indefinidas, acho que eram todos de cruza com todos, vi umas duas galinhas e (acho que) vi um filhote de velociraptor correndo para um lugar que acredito ser uma casa de ferramentas. Estacionei meu Fusca 71 estilosamente à frente do casebre e desci para ver se estava no lugar certo. Como o barulho do motor do possante é inconfundível (a Harley já quis me processar por plágio, mas até hoje não conseguiu), em pouco tempo a dita cuja saiu ao meu encontro. Estava completamente diferente, outra pessoa. As roupas não faziam referência à menina que conheci em Porto Alegre. Me senti um soldado americano adentrando a Holanda recém desocupada, esperando encontrar belas mulheres agradecidas por tornar o país livre da ameaça alemã, mas na verdade encontrou apenas aquelas colonas gordas com manchas de leite azedo em suas roupas sofrivelmente limpas. Que seja, eu sei que ela não era assim, podia ver (com muito esforço) a pessoa que ela era. Após cumprimentos, fui conhecer a família.
Ao entrar, me senti um terráqueo abduzido por uma nave Klingon. O pai era um gordão assutador, meio rosado meio bronzeado a spray, usava um macacão que não faria sucesso nem nos anos oitenta, com o peito cabeludo, cortado por uma imensa cicatriz de uma possível ponte de safena faita em algum açougue local. A mãe era o quadro falsificado da dor, não sei descrever, talvez a mãe do Norman, do Psicose, ou a mãe do carinha do Fome Animal, só que mais feia, sei lá, pensa numa pessoa feia, dobra, era ela. Se for verdade que a mãe é o espelho da filha, ela deveria se matar hoje.
A casa, pelo lado de dentro, era uma peça esquecida no fundo de algum galpão da Warner (talvez o armazém 53, de algum filme de terror fracassado). Vocês já viram teia de aranha em móveis, certo? Mas já viram essas mesmas teias cobertas de pó? Eu vi. Tinha uma aranha que, das três uma: ou era muito velha e tinha uma boa barba grisalha ou era médica cirurgiã ou estava se protegendo da h1n1. Os cachorros eram os donos da casa (se é que aquela casa tinha algum dono). Faziam o que queriam, não tinham limites, comiam o que queriam, acessavam qualquer parte da casa, podiam transitar livremente do pátio úmido para a casa sem serem repreendidos por ninguém, como as vacas na Índia. O sofá, que eu demorei a perceber, pois pensei ser algum tipo de manjedoura, onde havia de tudo, menos um forro ocidental convencional, possuía várias manchas não classificadas nos anais da ciência moderna, o que me levou a não querer sentar nele. As cadeiras disponíveis deveriam estar em algum museu da dor, artigos de algum calabouço medieval. O tapete já fazia parte do assoalho, acho que ninguém conseguiria retirá-lo nem se quisesse. Isso era só a sala, me nego a descrever a cozinha. Algo cozinhava lá dentro e tive medo de haver alguma Cuca cuidando da janta.
Descobri que haveria um churrasco, fomos para o pátio, um lugar mais arejado, porém repleto de coisas pelo chão. Acredito que Betty Blue morou aqui um tempo, mas por infelicidade não teve tempo de pôr fogo em tudo. Pelo menos a churrasqueira era boa, tinha espaço, a carne já estava preparada, o pai da Emily Rose mirim disse que iria cortar mais alguns pedaços e já começaria a assar os quitutes.
Fui conhecer o quarto da moça. Sabe onde era? No lugar onde achei que era a casa de ferramentas, lá para onde foi o velociraptor. Por um momento recuei, mas não podia demonstrar fraqueza. Eu era o mítico cara da capital; precisava defender bem minha origem. Como um herói rpgístico, adentrei o aposento à procura de goblins ou kobolds, mas vi um quarto-cozinha-sala bem ocupado e completo, dentro dos trinta metros quadrados disponíveis. Não havia lugar para sentar e fiquei imaginando onde ela dormia. Conversamos um pouco quando, de repente, o pai da moça aparece para avisar que já havia carne disponível para beliscar.
Sabem o açougueiro do Arvoredo? Nem eu, mas ele deveria ser bem igual ao pai dela naquele momento, o macacão coberto de sangue, o rosto engordurado, enfim, aquele tipo de coisa que você tem certeza de que não pode ficar pior, mas fica. Não tive coragem de comer mais do que um salsichão e, como já estava anoitecendo (lua cheia), disse que infelizmente não poderia ficar mais, pois tinha um compromisso inadiável em Porto Alegre. Apliquei que tinha acabado de receber uma ligação em meu celular avisando que minha mãe havia sofrido um acidente (meu celular nem pegava naquele buraco).
Após muitas condolências e desagradáveis abraços, fui liberto. Corri para meu alazão VolksWagem e cortei trilha rumo à querida Porto Alegre, imaginando ver pelo caminho, mulas sem cabeça, sacis e todos os seres que povoam minha mente.
Resumindo, conheça bem a pessoa antes de aceitar convites mais íntimos. Vai te poupar uma roubada. Hoje, quando vejo minha ex-amiga em algum lugar, atravesso a rua, subo em uma árvore, enfim, faço qualquer coisa para fugir de seu campo de visão. Cancelei meu orkut, mudei de e-mail e troquei a fechadura (por via da dúvidas). Hoje estou recuperado do susto, mas não recomendo a ninguém o que passei. Desejo que aprendam com minha experiência. Até mais.

segunda-feira, 17 de maio de 2010

Sábado - 15/05/2010

Este dia merece ser contado, não por ser aniversário de namoro, mas por ter sido ímpar.

Tenho me sentido deprimido nesses últimos dias, os motivos eu não sei ao certo, mas estou apático e sem vontade. Uma coisa que preciso ressaltar é isto, o cara quando está deprimido não sabe bem porque está deprimido e também não sabe como resolver o problema. A maioria das pessoas pergunta “O que houve?”, “Por que está assim?” ou “Por que não sai dessa?”, acho tudo muito engraçado, se eu tivesse estas respostas não estaria na situação em que me encontro.

Voltando ao ponto, o sábado, as tarefas eram simples, vacinar-me conta a H1N1, ir ao supermercado fazer o rancho e assinar um documento em reunião do condomínio que ratificaria o conselho regente temporário do condomínio, ou no idioma claro, grupinho que assumiu de emergência porque ninguém quis assumir e precisará resolver os problemas que estão estourando, não vão resolver nada, mas pelo menos serão reconhecidos por terem tentado. Na sexta dormi na Ju (noivorada) e acordei ao meio dia para começar a resolver as coisas (estou deprimido, lembra? Preciso descansar). Dúvida libriana, que fazer primeiro? A Ju mora ao lado do Iguatemi, o que agilizaria o Super, mas teria que ficar com as compras durante um tempão até resolver o restante, optei pela vacina, procurei um posto de saúde, todos fechados, resolvi ir na casa da mãe, para ver na internet (meu cubículo não possui este luxo indispensável nos dias de hoje. Eu ainda procuro endereços na lista telefônica, enquanto todos utilizam o Google), escolhi um dos dois postos que estavam oferecendo a vacina na zona norte e corri para o condomínimo para assinar o maldito documento, pois já eram 14:50h e a coleta das assinaturas começaria pontualmente às 15h (segundo documento socado na minha caixinha de correios). Fiquei esperando até às 15:20h começar alguma coisa, mas nada. Fiquei junto com alguns felizes moradores na guarita do guarda (que é o único disposto a ouvir reclamações, mas não tem competência para resolver nada), mas não aguentei esperar, fui correr atrás da vacina. Fui até o Postão do IAPI, peguei uma filinha de oito pessoas bem humoradas, fazendo as mesmas piadas sobre agulhas e pessoas fiasquentas, fiz meu décimo sexto cartão de vacinação, tomei a agulhada e fui para o carro pensando nos efeitos colaterais que passei semanas ouvindo das outras pessoas. A caminho do carro, notei ao lado um cemitério, sempre soube que ele estava ali, mas nunca me atrevi a entrar, como não tenho mais o que fazer, entrei para dar uma visitada. Tudo muito normal, cheio de gente morta, flores podres, limo no chão, paz enlouquecedora e até um ursinho bem velho, já com uma plantinha saindo de um rasgo na orelha. Procurei parentes, pois minha mãe disse que meus bisavós estavam ali, mas não encontrei. Fui embora, na ilusão de que conseguiria chegar a tempo de assinar o documento, mas a caminho vi o Super, entrei, fiz as compras, deixei o dinheiro do LIS e voltei a noitinha para casa. Nada de coleta de assinaturas.

Gostaria de acrescentar que tive uma parceira em todo este dia, sem a qual não poderia suportar o que passei e teria ficado lá no cemitério desfrutando da quietude prometida a todos ao fim da vida. Neste dia em que completamos seis meses de namoro (se estou certo, senão estou morto mesmo), gostaria de deixar registrado que esta parceria está sendo fundamental para mim, não conseguiria imaginar ninguém ao meu lado que não fosse ela. Passamos a noite discutindo se não deveríamos estar preocupados pelo fato de termos trazido terra de cemitério, em nossos sapatos, para dentro de casa. Será que acabamos de tornar o apê assombrado? Ainda não posso responder a isto, mas é uma hipótese, diriam alguns, e por via das dúvidas, deixei um pouquinho no tapete do apartamento do síndico.

(Beijão, Ju. Te amo!)

segunda-feira, 10 de maio de 2010

Olá, Pessoas!!!

Nove meses... Nove meses... Tempo necessário para muitas coisas, inclusive fazer uma pessoa.
Não tenho desculpas, somente dúvidas e incertezas, mas disto todos já estão cheios.
Neste gestacional período, vivi minha vida, como sei viver, sem agradar ninguém e à minha vontade.
Vou atualizar (Dentro do possível):

Apê: Ainda está de pé, mas as rachaduras estão aumentando, antes estavam apenas aos pés das portas dos quartos, agora estão no teto do banheiro, em algumas paredes e em alguns pontos do meu rosto. A pia da cozinha está solta da parede, lavar a louça é mais divertido agora, com swing, afinal estamos no Brasil. O gás ainda não acabou, acho que não é um botijão, na verdade ele é um item mitológico, como as antigas cornucópias gregas, fornecem aos possuidores um suprimento inesgotável de uma determinada coisa. Dei muita sorte, onde encontraria um item destes nos dias de hoje? Já que estou pisando em terreno mítico, gostaria de escrever sobre A Gosma Negra. Este ser convive comigo desde o princípio de meu confinamento voluntário em minha nova morada (prometo tirar uma foto e postar em seguida), não sei exatamente o que é, mas é feio e está crescendo. Ele desce do teto...

Posts futuros virão, ainda preciso falar de trabalho e amor, este último o mais importante na minha atual fase.