segunda-feira, 13 de setembro de 2010

Surto Pluvio-psicopático



Hoje está chovendo. Eu fico muito nervoso quando chove.
Normalmente sou amável, paciente, tranquilo e carinhoso, mas quando o tempo está úmido, fico irritado, se chove, viro outra pessoa.
Já acordei de mau humor, peguei meu fuca e saí para trabalhar, ruas molhadas, trânsito lento, precisei abrir a janela, pois o vidro estava embaçando. Me molhei...
Rosnei com o mundo, olhares congelantes para todos os lados. O banco é de couro, a ventarola molhada estava aberta, recebia pingos de nuvens ingratas, que por sua vez pingavam no canto do banco, que por sua vez esorriam por meio de um filete d'água para o fundo de minhas calças. Por um momento saí de meu corpo, olhei bem em meus olhos e vi o brilho do ser adormecido, aquele psicopata incontrolável demofóbico que temo tanto.
Meu amuleto estava ao meu lado, em silêncio, mas completamente imune,tornou-se amuleto de si mesmo. Começou a brotar o amor ao amuleto, mas foi sobrepujado, culpa do ódio absoluto pelo universo que conspirava em gotas naquele momento.
Ao longo do caminho, um ônibus me ultrapassou pelo corredor e arremessou uma gota fétida, viscosa e lamacenta em meu globo ocular, aquela gosma adentrou por meu nervo óptico, fato este que fez meu cérebro transformar-se em uma conucópia do inferno, uma Caixa de Pandora atualizada com as piores expansões possíveis. Seres indefesos foram explodidos e pulverizados pelo meu olhar gritante como um Trovão Pai em dia de tempestade. O mundo dobrou sua velocidade de giro e, como Jeckyll, acordei sentado em frente ao computador da empresa.
Dedico este post a todos que compartilham deste problema intra-pessoal.

Um comentário:

JKM disse...

Hahaha, seu maluco! Lendo isso até fiquei com pena do teu amuleto...


Bjos meu amor!