segunda-feira, 6 de setembro de 2010


Pessoas da minha vida! Comprei joguinhos novos para o meu play. Preciso contar tudo, com riqueza de detalhes.
Eu já havia comprado joguinhos piratas antes, mas a banca de onde eu adquiria fechou, portanto fui em busca de outra. Fiquei sem graça de perguntar de cara na loja se havia CDs piratas, então fui em busca de um atravessador.
Achei um, com o tradicional canguru de capuz alto, correntão de prata, tênis Nike e boné de oito listras. Ele me conduziu através dos mutáveis corredores do camelódromo, apinhados como metrô no Japão, até chegarmos ao destino, uma banquinha de 1,5m X 2m, com vários apetrechos eletrônicos. Desconfio que as TVs ligadas com imagens multicoloridas são para distrair dos negócios ilegais que são fechados ali.
O vendedor me chamou e perguntou que jogos eu queria, respondi que não sabia de cabeça, precisaria dar uma olhada nas opções para me decidir. Ele me olhou com um olho maior do que o outro e acenou para seu comparsa, o do boné de oito listras, que saiu rapidamente. O negociante me explicou que ele fora buscar a mochila com os jogos para que eu desse uma conferida. Enquanto o meliante não chegava, o dito cujo, dono da banca, foi me dando algumas opções baseando-se na minha cara. Ainda bem que ele é camelô, se dependesse do seu talento para traçar perfis, estaria falido.
O patife dos tênis Nike retornou com uma mochila preta, entrou na banca (que já somava três habitantes) e me mostrou os artefatos piratas. Tinha de tudo, até cheguei a desconfiar se alguns eram realmente jogos ou se estavam ali só para enganar pelo título, algo como GangBang 3, Turma da Mônica e o Segredo da Montanha Negra, enfim, este tipo de coisa que você não consegue visualizar em um jogo.
Sob a pressão de olhares pesados me decidi por sete jogos. O pagamento e o recebimento do produto foi jogo rápido, como em uma negociação de entorpecentes, em cinco segundos eu já estava fora da barraca e com a sacolinha contendo a mercadoria. Antes de seguir meu rumo em meio ao labirinto, pude ver os libertinos dividindo os espólios, o atravessador levou vinte mangos e o mercador do submundo levou cinquenta.
Ao chegar em casa, já de cara descobri que dois jogos estavam pauleados, um não rodava de forma alguma, desconfio que até virgem o CD é e o outro não tem som, mas dos males o menor, cinco de sete estavam funcionando. No fundo vale a pena, dá para comprar uns quinze CDs piratas com o valor de um original.
Resultado do final de semana, só parei de jogar tarde da noite de domingo e não sei o que vou fazer hoje para não chegar em casa e continuar jogando. Pode até parecer perda de tempo, mas é divertido e eu tenho que jogar bastante antes que o CD estrague, pois a vida útil destes produtos é de dois meses, no máximo.
Então era isso, uma pequena aventura no submundo de Happy Harbour City.

Até mais!

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