sexta-feira, 19 de agosto de 2011

Mais um dia de trabalho



 Estou em processo de avaliação no trabalho. Após vários problemas, apesar da minha competência, eu cometi alguns enganos que custaram meu emprego duas vezes, mas fui recontratado todas as vezes e pela mesma empresa. Não vou discorrer sobre os motivos, mas depois de tudo passado, vou contar o dia de hoje, após cinco dias sem chegar atrasado.

 Eu bato o ponto às nove horas, horário bacana para quem não tem a preguiça matinal, mas para mim sempre é difícil acordar em qualquer horário antes do meio dia. Estou tentando me regrar a todo custo, por gostar do que faço e em retribuição aos que me apoiaram na empresa, afinal, eu vendo pra caralho!

 Fui dormir, no dia anterior, as duas horas da manhã, fiquei preocupado, mas crente que acordaria no horário. Coloco o despertador para tocar às sete horas e ele tocou hoje, como previsto, o quê eu fiz? Soneca na veia, por três vezes. O infeliz não tocou mais, mas para minha sorte, eu acordei com fungadinhas na orelha, às oito horas, proporcionada pela minha gatinha (bichana) Guimba. Aí foi um Deus nos acuda! "levanteiescoveiosdentestomeibanhomearrumeideicomidaparaasgatastroqueiaareiadacaixinhadeiumamijadaabriaportaeagradeexternadesciasescadasefuiparaoestacionamento", bem assim e com essa velocidade. Ao chegar na porta de saída do prédio, percebi que estava chovendo, mas mesmo assim fui até o fusca e desativei todos os alarmes, como faço todos os dias, trancas, cabos, fios da bobina e corrente no volante, afinal, eu morro de medo de perder meu clássico volks 1971. Liguei o carango e finalmente iniciei a jornada diária exatamente às oito e vinte e três.
 Eu tinha trinta e sete minutos para percorrer meia cidade e, ao pegar a Baltazar de Oliveira Garcia: trancada! Ao pegar a Manoel Elias: "filhadaputadoazulzinho", passei lentamente, pois 2011 já está com doze multas por excesso de velocidade. Ao pegar a Protásio Alves: tracada! Ao pegar a Antônio de Carvalho: trancada! Ao pegar a Bento Gonçalves: MegaSuperHiper Trancada! Resumo: cheguei às nove e quinze no trabalho, mas como a lei permite quinze minutos de atraso, eu cheguei tranquilo.

 O dia em frente ao PC e com o telefone ao ouvido, iniciou tranquilo, dando retornos, fechando negócios, interagindo com os colegas e me animando para prosseguir em rumo a tarde que se seguia.

 Fui almoçar em uma restaurante, que é a única vez em que como bem, pois em casa vivo a base de miojo, massa, bolacha, leite, água, pão e poeira, aproveitei ao máximo e comi dois pratos de saladas diversas, arroz, frango grelhado e feijão (raríssimo em minha dieta, não pelo preço, mas pela incapacidade de fazê-lo).

 Após o almoço, fui ao carro, ouvi os esportes na Gaúcha, muito divertido ouvir o Paulo Santana, afinal, o Inter meteu um a zero no Botafogo e o Grêmio levou três a zero do "grande" Ceará (hahahahha) e depois voltei para o expediente da tarde.

 Descobri que a máquina de imprimir os ingressos (que é a base dos meus pedidos) estava quebrada e o técnico só viria "dar uma olhada" às 14h. Foi o suficiente para estuprar meu dia. Os clientes com certeza sabiam que algo estava errado, pois não paravam de me ligar e mandar e-mails do tipo: "tudo certo com meu pedido?", "o prazo está mantido, certo?", "não esuqece que os ingressos precisam sair hoje, tá?" e até "se eu não receber meu pedido amanhã, cortarei tua garganta, puxarei a tua língua e darei um nó maragato, ok?". Apostando na técnica do carinha que chegaria às catorze horas para resolver o problema, respondi positivamente a todos os e-mails. Talvez este tenha sido meu maior erro.

 Olhei no relógio, 17h, fui na produção e vi que o maldito ainda estava arrumando a máquina, ou seja, eu estava phodido. Tudo atrasou! Lá fui eu para os telefonemas constrangedores. Deu de tudo, gente me xingando, desmaiando, chorando, morrendo, me jogando praga, ameaçando minha família, a chuva apertou feio, a bolsa caiu, explodiu um prédio em Israel, a mãe do Leo matou a Norma, enfim, deu tudo errado. Resultado, fiquei com a reputação abalada, sem dignidade, com dor de cabeça e até às oito da noite no trabalho.

 Resolvi ir para casa, resolvo tudo na segunda, se sobrar algum cliente. Entrei no carro (após desativar os alarmes) e peguei a Ipiranga: lotada! A Carlos Gomes: lotada! A Plínio Brasil Milano: lotada! A Assis Brasil: lotada! A Baltazar de Oliveira Garcia: lotada! E, ao chegar ao estacionamento do prédio: lotado! Deixei o possante longe pra porra, cheguei em casa, alimentei as gatas, liguei o PC e a TV e estou tentando esquecer este dia escrevendo este post.

 Você que acha que teve um dia ruim, leia este post e se anime para curtir esta noite de sexta, porque eu vou dormir, afinal, Cleo Kuhn previu, neste final de semana a temperatura não passará de dez graus em Porto Alegre. Se ele fala é certo, ele é o Nostradamus moderno.

 Agora, 23:57h, vou baixar uns filmes para ver no findi e dormir, afinal, esta sexta é um dos dias a ser esquecido, com certeza.

Até mais!

2 comentários:

Leila Wolkmer disse...

Nossa Marcel, estou com falta de ar e um baita cansaço depois de ler sua epopéia mas vc conta com um ponto a seu favor ... vende pra CCCC e é muito novo ... opsss 2 pontos rsrs... no fim, tudo vira festa rsrsrs Bjsss tenho muita vontade de conhecê-los pessoalmente, vc e sua família afinal não conheço ninguém do lado paterno do Nei, meu marido ... quem sabe um dia dá certo ... Bjsss

Marc Wolk disse...

Oi, Prima!
Que bom que pude passar a correria que foi meu dia.
Sobre nos conhecermos, eu também gostaria muito de conhecer o pessoal do outro lado da fronteira gaúcha. Precisamos reunir o maior numero de "Wolkmers" dos dois lados e providenciar um encontro. De repente nas férias, pois de feriados estamos ruins este ano.
Tomara que possamos providenciar este encontro inédito!
Beijão!