segunda-feira, 17 de maio de 2010

Sábado - 15/05/2010

Este dia merece ser contado, não por ser aniversário de namoro, mas por ter sido ímpar.

Tenho me sentido deprimido nesses últimos dias, os motivos eu não sei ao certo, mas estou apático e sem vontade. Uma coisa que preciso ressaltar é isto, o cara quando está deprimido não sabe bem porque está deprimido e também não sabe como resolver o problema. A maioria das pessoas pergunta “O que houve?”, “Por que está assim?” ou “Por que não sai dessa?”, acho tudo muito engraçado, se eu tivesse estas respostas não estaria na situação em que me encontro.

Voltando ao ponto, o sábado, as tarefas eram simples, vacinar-me conta a H1N1, ir ao supermercado fazer o rancho e assinar um documento em reunião do condomínio que ratificaria o conselho regente temporário do condomínio, ou no idioma claro, grupinho que assumiu de emergência porque ninguém quis assumir e precisará resolver os problemas que estão estourando, não vão resolver nada, mas pelo menos serão reconhecidos por terem tentado. Na sexta dormi na Ju (noivorada) e acordei ao meio dia para começar a resolver as coisas (estou deprimido, lembra? Preciso descansar). Dúvida libriana, que fazer primeiro? A Ju mora ao lado do Iguatemi, o que agilizaria o Super, mas teria que ficar com as compras durante um tempão até resolver o restante, optei pela vacina, procurei um posto de saúde, todos fechados, resolvi ir na casa da mãe, para ver na internet (meu cubículo não possui este luxo indispensável nos dias de hoje. Eu ainda procuro endereços na lista telefônica, enquanto todos utilizam o Google), escolhi um dos dois postos que estavam oferecendo a vacina na zona norte e corri para o condomínimo para assinar o maldito documento, pois já eram 14:50h e a coleta das assinaturas começaria pontualmente às 15h (segundo documento socado na minha caixinha de correios). Fiquei esperando até às 15:20h começar alguma coisa, mas nada. Fiquei junto com alguns felizes moradores na guarita do guarda (que é o único disposto a ouvir reclamações, mas não tem competência para resolver nada), mas não aguentei esperar, fui correr atrás da vacina. Fui até o Postão do IAPI, peguei uma filinha de oito pessoas bem humoradas, fazendo as mesmas piadas sobre agulhas e pessoas fiasquentas, fiz meu décimo sexto cartão de vacinação, tomei a agulhada e fui para o carro pensando nos efeitos colaterais que passei semanas ouvindo das outras pessoas. A caminho do carro, notei ao lado um cemitério, sempre soube que ele estava ali, mas nunca me atrevi a entrar, como não tenho mais o que fazer, entrei para dar uma visitada. Tudo muito normal, cheio de gente morta, flores podres, limo no chão, paz enlouquecedora e até um ursinho bem velho, já com uma plantinha saindo de um rasgo na orelha. Procurei parentes, pois minha mãe disse que meus bisavós estavam ali, mas não encontrei. Fui embora, na ilusão de que conseguiria chegar a tempo de assinar o documento, mas a caminho vi o Super, entrei, fiz as compras, deixei o dinheiro do LIS e voltei a noitinha para casa. Nada de coleta de assinaturas.

Gostaria de acrescentar que tive uma parceira em todo este dia, sem a qual não poderia suportar o que passei e teria ficado lá no cemitério desfrutando da quietude prometida a todos ao fim da vida. Neste dia em que completamos seis meses de namoro (se estou certo, senão estou morto mesmo), gostaria de deixar registrado que esta parceria está sendo fundamental para mim, não conseguiria imaginar ninguém ao meu lado que não fosse ela. Passamos a noite discutindo se não deveríamos estar preocupados pelo fato de termos trazido terra de cemitério, em nossos sapatos, para dentro de casa. Será que acabamos de tornar o apê assombrado? Ainda não posso responder a isto, mas é uma hipótese, diriam alguns, e por via das dúvidas, deixei um pouquinho no tapete do apartamento do síndico.

(Beijão, Ju. Te amo!)

Um comentário:

JKM disse...

Quanto à parceria: pode contar sempre comigo!

Quanto ao tempo de namoro: acertou, são seis meses.

Ah, e eu também te amo!

Bjos,
Ju.